Os investigadores encontraram muitas causas da
deficiência intelectual, as mais comuns são:Condições genéticas: Por vezes,
o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou
acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou
ainda por outras razões de natureza genética. Alguns exemplos de condições
genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência intelectual
incluem a síndrome de Down ou a fenilcetonúria.Problemas durante a gravidez:
O atraso cognitivo pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião
ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da
divisão das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da criança.
Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez, como a
rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de
desenvolvimento mental.Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante
o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode também
acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental.Problemas de
saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de
uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de
saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos como o
mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o
desenvolvimento mental das crianças.Nenhuma destas causas produz, por si
só, uma deficiência intelectual. No entanto, constituem riscos, uns mais sérios
outros menos, que convém evitar tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença
como a meningite não provoca forçosamente um atraso intelectual; o consumo
excessivo de álcool durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos
demasiados graves para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários
para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a
gravidez.A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser
contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um
deficiente intelectual provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O
atraso cognitivo não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a
depressão, esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz
sentido procurar ou esperar uma cura para a deficiência intelectual.A grande
maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender a fazer
muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas aprendem
algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso
precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para lograrem sucesso.3.
Como se diagnostica a Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?A
deficiência intelectual ou atraso cognitivo diagnostica-se, observando duas
coisas:A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver
problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as
rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou funcionamento
intelectual)A competência necessária para viver com autonomia e
independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se chama
comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).Enquanto o
diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente realizado por técnicos
devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o
funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte da
família, dos pais e dos educadores que convivem com a criança.Para obter
dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber-se o que a
criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade
cronológica.Certas competências são muito importantes para a organização
desse comportamento adaptativo:As competências de vida diária, como
vestir-se, tomar banho, comer.As competências de comunicação, como
compreender o que se diz e saber responder.As competências sociais com os
colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.Para
diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as capacidades
mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem
parte da definição de atraso cognitivo comum à maior parte dos cientistas que se
dedicam ao estudo da deficiência intelectual.O fato de se organizarem
serviços de apoio a crianças e jovens com deficiência intelectual deve
proporcionar uma melhor compreensão sobre a situação concreta da criança de quem
se diz que tem um atraso cognitivo.Após uma avaliação inicial, devem ser
estudadas as potencialidades e as dificuldades que a criança apresenta. Deve
também ser estudada a quantidade e natureza de apoio de que a criança possa
necessitar para estar bem em casa, na escola e na comunidade.Esta
perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por outro lado,
serve também para reconhecer que a “visão” inicial pode, e muitas vezes devem
mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e aprendendo, também a
sua capacidade para encontrar o seu lugar, o seu melhor lugar, no mundo
aumenta.4. Qual é a freqüência da Deficiência Intelectual?A
maior parte dos estudos aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as crianças
com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças
mais novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para
efeitos de planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso cognitivo.
Esta percentagem é um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas
não é mais do que um valor de referência.5. Orientação aos
Pais:Procure saber mais sobre deficiência intelectual: outros pais,
professores e técnicos poderão ajudar.Incentive o seu filho a ser
independente: por exemplo, ajude-o a aprender competências de vida diária, tais
como: vestir-se, comer sozinho, tomar banho, arrumar-se para
sair.Atribua-lhe tarefas próprias e de responsabilidade. Tenha sempre em
mente a sua idade real, a sua capacidade para manter-se atento e as suas
competências. Divida as tarefas em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa do
seu filho é a de pôr a mesa, peça-lhe primeiro que escolha o número apropriado
de guardanapos; depois, peça-lhe que coloque cada guardanapo no lugar de cada
membro da família. Se for necessário, ajude-o em cada passo da tarefa. Nunca o
abandone numa situação em que não seja capaz de realizar com sucesso. Se ele não
conseguir, demonstre como deve ser.Elogie o seu filho sempre que consiga
resolver um problema. Não se esqueça de elogiar também quando o seu filho se
limita a observar a forma como se pode resolver a tarefa: ele também realizou
algo importante, esteve consigo para que as coisas corram melhor no
futuro.Procure saber quais são as competências que o seu filho está
aprendendo na escola. Encontre formas de aplicar essas competências em casa. Por
exemplo, se o professor lhe está ensinando a usar o dinheiro, leve o seu filho
ao supermercado. Ajude-o a reconhecer o dinheiro necessário para pagar as
compras. Explique e demonstre sempre como se faz, mesmo que a criança pareça não
perceber. Não desista, nem deixe nunca o seu filho numa situação de insucesso,
se puder evitar.Procure oportunidades na sua comunidade para que ele
possa participar em atividades sociais, por exemplo: escoteiros, os clubes,
atividades de desporto. Isso o ajudará a desenvolver competências sociais e a
divertir-se.Fale com outros pais que tenham filhos com deficiência
intelectual: os pais podem partilhar conselhos práticos e apoio
emocional.Não falte às reuniões de escola, em que os professores vão
elaborar um plano para responder melhor às necessidades do seu filho. Se a
escola não se lembrar de convidar os pais, mostre a sua vontade em participar na
resolução dos problemas. Não desista nunca de oferecer ajuda aos professores
para que conheçam melhor o seu filho. Pergunte também aos professores como é que
pode apoiar a aprendizagem escolar do seu filho em casa.6.
Orientação aos Professores:Aprenda tudo o que puder sobre deficiência
intelectual. Procure quem possa aconselhar na busca de bibliografia adequada ou
utilize bibliotecas, internet, etc.Reconheça que o seu empenho pode fazer
uma grande diferença na vida de um aluno com deficiência ou sem deficiência.
Procure saber quais são as potencialidades e interesses do aluno e concentre
todos os seus esforços no seu desenvolvimento. Proporcione oportunidades de
sucesso.Participe ativamente na elaboração do Plano Individual de Ensino do
aluno e Plano Educativo. Este plano contém as metas educativas, que se espera
que o aluno venha a alcançar, e define responsabilidades da escola e de serviços
externos para a boa condução do plano.Seja tão concreto quanto possível para
tornar a aprendizagem vivenciada. Demonstre o que pretende dizer. Não se limite
a dar instruções verbais. Algumas instruções verbais devem ser acompanhadas de
uma imagem de suporte, desenhos, cartazes. Mas também não se limite a apoiar as
mensagens verbais com imagens. Sempre que necessário e possível, proporcione ao
aluno materiais e experiências práticas e oportunidade de experimentar as
coisas.Divida as tarefas novas em passos pequenos. Demonstre como se realiza
cada um desses passos. Proporcione ajuda, na justa medida da necessidade do
aluno. Não deixe que o aluno abandone a tarefa numa situação de insucesso. Se
for necessário, solicite ao aluno que seja ele a ajudar o professor a resolver o
problema. Partilhe com o aluno o prazer de encontrar uma solução.Acompanhe a
realização de cada passo de uma tarefa com comentários imediatos e úteis para o
prosseguimento da atividade.Desenvolva no aluno competências de vida diária,
competências sociais e de exploração e consciência do mundo envolvente.
Incentive o aluno a participar em atividades de grupo e nas organizações da
escola.Trabalhe com os pais para elaborar e levar a cabo um plano educativo
que respeite as necessidades do aluno. Partilhe regularmente informações sobre a
situação do aluno na escola e em casa.7. Que expectativas de futuro têm
as crianças com Deficiência Intelectual?Sabemos atualmente que 87% das
crianças com deficiência intelectual só serão um pouco mais lentas do que a
maioria das outras crianças na aprendizagem e aquisição de novas competências.
Muitas vezes é mesmo difícil distingui-las de outras crianças com problemas de
aprendizagem sem deficiência intelectual, sobretudo nos primeiros anos de
escola. O que distingue umas das outras é o fato de que o deficiente intelectual
não deixa de realizar e consolidar aprendizagens, mesmo quando ainda não possui
as competências adequadas para integrá-las harmoniosamente no conjunto dos seus
conhecimentos. Daqui resulta não um atraso simples que o tempo e a experiência
ajudarão a compensar, mas um processo diferente de compreender o mundo. Essa
diferente compreensão do mundo não deixa, por isso, de ser inteligente e mesmo
muito adequada à resolução de inúmeros problemas do quotidiano. È possível que
as suas limitações não sejam muito visíveis nos primeiros anos da infância. Mais
tarde, na vida adulta, pode também acontecer que consigam levar uma vida
bastante independente e responsável. Na verdade, as limitações serão visíveis em
função das tarefas que lhes sejam pedidas.Os restantes 13% terão muito mais
dificuldades na escola, na sua vida familiar e comunitária. Uma pessoa com
atraso mais severo necessitará de um apoio mais intensivo durante toda a sua
vida.Todas as pessoas com deficiência intelectual são capazes de crescer,
aprender e desenvolver-se. Com a ajuda adequada, todas as crianças com
deficiência intelectual podem viver de forma satisfatória a sua vida
adulta.8. Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência
Intelectual na Escola?Uma criança com deficiência intelectual pode obter
resultados escolares muito interessantes. Mas nem sempre a adequação do
currículo funcional ou individual às necessidades da criança exige meios
adicionais muito distintos dos que devem ser providenciados a todos os alunos,
sem exceção.Antes de ir para a escola e até ao três anos, a criança deve
beneficiar de um sistema de intervenção precoce. Os educadores e outros técnicos
do serviço de intervenção precoce devem pôr em prática um Plano Individual de
Apoio à Família.Este plano define as necessidades individuais e únicas da
criança. Define também o tipo de apoio para responder a essas necessidades. Por
outro lado, enquadra as necessidades da criança nas necessidades individuais e
únicas da família, para que os pais e outros elementos da família saibam como
ajudar a criança.Quando a criança ingressa na Educação Infantil e depois no
Ensino Fundamental, os educadores em parceria com a família devem por em prática
um programa educativo que responda às necessidades individuais e únicas da
criança. Este programa é em tudo idêntico ao anterior, só que ajustado à idade
da criança e à sua inclusão no meio escolar. Define as necessidades do aluno e
os tipos de apoio escolar e extra-escolar.A maior parte dos alunos necessita
de apoio para o desenvolvimento de competências adaptativas, necessárias para
viver, trabalhar e divertir-se na comunidade.Algumas destas competências
incluem:A comunicação com as outras pessoas.Satisfazer necessidades
pessoais (vestir-se, tomar banho).Participar na vida familiar (pôr a mesa,
limpar o pó, cozinhar).Competências sociais (conhecer as regras de
conversação, portar-se bem em grupo, jogar e divertir-se).Saúde e
segurança.Leitura, escrita e matemática básica; e à medida que vão
crescendo, competências que ajudarão a crianças na transição para a vida adulta.
domingo, 1 de abril de 2012
O QUE É DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU ATRASO COGNITIVO
1. O que é Deficiência Intelectual ou atraso cognitivo?
Deficiência intelectual ou atraso mental é um termo que se usa
quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no
desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de
relacionamento social.Estas limitações provocam uma maior lentidão na
aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.As crianças com atraso
cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a
aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou
comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto
aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não
consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue
aprender tudo.
2. Quais são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
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